por Verônica Rodrigues
Psicóloga da FDDHMMA
Reforma Urbana pode parecer algo técnico, incompreensível ou mais um discurso propositalmente elaborado para que a maioria da população não entenda e, assim, não possa acessar seu direito.
Diferentemente disso, Reforma Urbana diz respeito à vida das pessoas e trata da desigualdade das condições de moradia, saneamento básico, acesso daqueles direitos que todos nós gostaríamos de ter, mas não sabemos bem onde buscar.
Defendê-la é defender a imple-mentação de políticas que possam tornar a cidade mais democrática pa-ra os que nela vivem, seja através de programas onde as comunidades possam ser ouvidas, seja através da priorização de políticas de urbani-zação das áreas há tempo esquecidas pelos serviços públicos.
Para isso, precisamos ver a cidade como extensão de nossas ca-sas, para podermos desenvolver tra-balhos de valorização de nossas ruas, bairros, com sua cultura, mas tam-bém para nos envolvermos nas lutas mais coletivas que cobram parti-cipação da sociedade nas decisões importantes para a cidade. Precisa-mos criar e valorizar os espaços pú-blicos de participação e de cobran-ça. Saber que somos parte, portanto cúmplices, do que é feito na nossa casa, nessa casa de todos que é, ou ao menos deveria ser, a cidade.
Este processo não é fácil, nem rápido, não consegue acompanhar de longe as necessidades, mas im-plica num exercício de cidadania. …A participação começa na rua, na es-cola, se estende a todos os campos de nossa vida, se somos parceiros de tudo isso, não podemos nos omi-tir, nem reclamar desconhecimento.
É preciso coragem, inclusive para não perder a esperança e con-tinuar acreditando que podemos construir uma cidade mais digna de seus cidadãos e cidadãs. É preciso coragem para votar e acompanhar o cumprimento (ou não) das promes-sas feitas na campanha eleitoral.