Por: Diógenes de Luna
A degradação do Rio do Meio vem causando danos à população da comunidade Manguinhos, em Bayeux. A comunidade denuncia que há esgoto tóxico sendo lançado no rio pela fábrica Cipatex e com a água poluída, até os peixes do rio oferecem riscos à saúde da população.
O problema se agrava com o lançamento de esgotos provenientes das casas dos moradores e com o acúmulo de lixo nas margens do rio. O resultado é a morte gradativa daquele ecossistema e a disseminação de doenças na população. “Eu já estive doente. Tossia muito e chegava a expelir sangue. O médico disse que era alergia. Sempre que vem esse cheiro forte pelo rio, eu passo mal”, afirma Maria das Dores Rodrigues, moradora de Manguinhos. Ela se refere ao odor que exala por toda a comunidade quando, segundo ela, a Cipatex lança esgoto no rio. “Tenho até que botar um pano no rosto quando vem o mau cheiro”, complementa.
Alguns moradores, no entanto, comentam que ninguém adoece. É o que afirma Ana Maria da Silva Nascimento. “Meus filhos até brincam na beira do rio. E não tem cheiro ruim não”. Ana Maria confessa que é casada com um funcionário da Cipatex e todos os moradores entrevistados que são funcionários da fábrica defendem a mesma opinião.
José Aureliano Segundo conta que já houve mobilização da comunidade para protestar contra o esgoto tóxico da fábrica. “Veio até a imprensa. Mobilizamos os moradores e fizemos debates com representantes de órgãos públicos e da Cipatex. O resultado foi que eles diminuíram o grau de poluição, mas não deixaram de poluir”, atesta.
A Cipatex afirma que pelo encanamento que segue da fábrica até o rio corre apenas água da chuva e que nenhum esgoto se mistura. De acordo com a empresa, todo esgoto que ela produz é tratado dentro da própria fábrica, que possui licença de operação concedida pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. (Ibama).