Um lugar onde é possível encontrar oficinas de origami e confecção de máscaras, exposições de fotografia, numismática e artes plásticas, além de cerca de 5 mil livros disponíveis para consulta, entre eles alguns títulos em braile. O que parece apenas um sonho na maioria dos bairros carentes de João Pessoa se tornou realidade em Mandacaru, onde há sete anos funciona uma Biblioteca Comunitária. Só no ano passado, o local recebeu 2,5 mil visitas, um número pra lá de expressivo. Em entrevista ao Falando DHireito, a Jurista Popular Edeuza Pontes, conta mais sobre esta história.
Falando DHireito – Quem é o público de vocês e o que ele pode encontrar na biblioteca?
Edeuza Pontes – Nosso público é formado principalmente por crianças, adolescentes e jovens. Lá eles encontram de tudo: literatura infanto-juvenil nacional e internacional, gibis, dicionários, enciclopédias, tratando dos mais diversos temas como educação, cultura, jurídicos, índios, negros, GLBT, mulher e saúde. Também temos material em braile e fazemos clipagem de jornais com notícias atuais, um acervo composto por cerca de 5 mil exemplares, adquiridos através de campanha permanente realizada pela Cactos. Recebemos doações de pessoas, grupos, instituições e da Biblioteca da Câmara dos Deputados de Brasília, onde a biblioteca é cadastrada desde 2001. Aceitamos material em qualquer estado de conservação, pois os que chegam rasgados são disponibilizados para recorte e os repetidos são disponibilizados para doação.
FDH – Como surgiu a idéia da biblioteca?
EP – A idéia surgiu quando algumas pessoas do bairro participavam do Curso de Formação de Agentes Culturais em 1999. No final do curso podíamos optar por realizar qualquer atividade, então ponderamos que uma biblioteca seria de melhor serventia para a população. Fizemos uma pesquisa para saber que tipo de material as pessoas gostariam de ter na biblioteca e conversamos com o Pároco da Matriz Sagrado Coração de Jesus, que nos cedeu um espaço onde ficava o depósito da igreja para implantarmos o projeto. Arregaçamos as mangas e começamos a divulgar a idéia e arrecadar livros. No dia da entrega dos certificados da Conclusão do Curso, dia 14 de abril de 2000, a biblioteca foi inaugurada.
FDH – Além dos livros, o que mais atrai o público no projeto?
EP – Desde 2005 realizamos atividades lúdicas com xadrez, dominó e dama, que servem para a concentração e aguçamento do raciocínio lógico das crianças e adolescentes. Ano passado, atendemos mais de 2,5 mil pessoas, realizamos o I Mini Campeonato de Xadrez Amador, que foi muito bom. Além disso, temos oficinas e exposições.
Para fazer doações: 3224-3581, 8877-9462 ou cactosjp@bol.com.br.
A biblioteca funciona todos os dias à noite.