O advogado e militante em Direitos Humanos Alexandre Guedes foi vítima de mais uma demonstração de truculência de Polícia Militar paraibana na madrugada da última segunda-feira, dia 4, quando foi preso acusado de depredar o patrimônio público. Guedes está acionando a justiça pedindo indenização ao Estado por danos morais, mas outras entidades da sociedade civil também já estão se mobilizando para protestar contra a atitude dos policiais. O caso teve grande repercussão na mídia sem que o advogado tivesse a chance de confrontar a versão oficial da polícia.
Guedes estava com um grupo de amigos na Festa das Neves quando se dirigiu ao sanitário químico que estava instalado ao lado do palco principal. Ao tentar sair, percebeu que estava preso e, sem conseguir ser ouvido por conta do barulho da festa, teve que arrombar a porta do equipamento para conseguir abri-la. Do lado de fora, um grupo de policiais o acusou de depredar o patrimônio e, sem que houvesse tempo suficiente para que Guedes pudesse justificar o ato ou mesmo se identificar, o grupo o algemou lhe deu voz de prisão.
Revoltado com a arbitrariedade, o advogado também acabou sendo acusado de desacato à autoridade e levado até a delegacia, sendo espancado no caminho. Guedes só foi solto no início da manhã depois de pagar fiança. A Fundação Margarida Maria Alves declara seu repúdio à forma truculenta com que seu parceiro e ex-colaborador foi tratado pela autoridade policial e está monitorando o caso, esperando que justiça seja feita e que os responsáveis pela prisão desnecessária sejam punidos – e que outros casos como este não se repitam com outros cidadãos de bem.