Por: Correio Forense
O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) julgou improcedente denúncia feita pelo Policial Militar Júlio Galdino de Santana contra sua mulher, Rosângela Silva Santana, em 2006. Rosângela era acusada de tentativa de homicídio e foi absolvida em julgamento realizado no mês de junho.
A ação impetrada pelo policial militar acusava Rosângela de atirar com a intenção de matá-lo, após discussão entre o casal. O caso foi julgado pela Juíza Maria das Graças Fernandes Duarte, que declarou a acusada como inocente no processo, alegando legítima defesa da mesma.
Segundo relatório do processo, a tentativa de homicídio aconteceu no dia 17 de junho de 2006. Após uma discussão, em que Júlio Galdino questionava Rosângela sobre um romance que ela teria tido enquanto os dois estavam separados, o Policial Militar teria obrigado-a a se despir, ameaçando-a com um punhal. Logo em seguida, teria amarrado Rosângela e conduzido-a a ir de encontro ao seu suposto amante. Chegando à rua indicada pela acusada, no Bairro das Indústrias, em João Pessoa, Júlio teria saído do carro. Aproveitando a oportunidade, mesmo amarrada, Rosângela disparou um tiro de encontro ao marido, que não chegou a atingi-lo.
O Policial Militar teria denunciado a esposa por tentativa de homicídio. O caso foi julgado improcedente pelo TJPB. Segundo consta no depoimento da Ré, Júlio, no ápice da discussão que acabou levando-a a atirar nele, teria ameaçado-a com o revólver, colocando a arma na sua boca, no seu ouvido e até nas suas genitais. Além disso, ainda teria tentado enforcá-la. Rosângela diz que não foi a primeira vez que fora agredida pelo marido e que já tinha feito alguns registros na delegacia.
Segundo o parecer do Ministério Público, a denúncia de Júlio Galdino não passou de uma armação “adredemente preparada pelo algoz da pobre mulher, pois além de despi-la e amarrá-la dentro de um veículo, sem qualquer respeito a pessoa humana expôs a nudez de sua presa causando-lhe constrangimento sem precedentes”.