Por Andréia Martins

O dia 22 de agosto de 2011 ficará marcado para sempre na memória de Rosa Maria Holmes do Nascimento: será nesta data, na próxima segunda-feira (22), que o 1º Sargento Humberto Carlos Pereira de Nascimento, acusado de de matar o filho dela, será levado a julgamento.

Desde aquele fatídico dia sete de fevereiro de 2009, quando ela viu seu filho, Edvan do Nascimento Nobre, com 17 anos, encontrar a morte na porta de casa, Rosa não sossegou até descobrir tudo sobre o mandante do crime, que ela também identificou no ato.

Em meio às suas “investigações”, ela viu que o problema ia além do grupo de extermínio e que o 1° Sargento também fazia parte de um esquema em que os policiais corruptos alegavam insanidade para escapar à punição adequada: após passar alguns meses no manicômio judiciário, eram aposentados por invalidez. Por causa da denúncia de Rosa, 23 policiais nestas condições foram transferidos de volta para os quartéis militares.

O caminho percorrido para chegar até aqui foi tortuoso e longo, cheio de ameaças e dificuldades. Mas Rosa persistiu, encontrou força em outros pais que tiveram filhos mortos por Policiais Militares, na Polícia Federal e na Comissão Estadual de Direitos Humanos, onde fez denúncias e conseguiu um grande aliado: o Deputado Luís Couto. Foi Luís que a indicou para o Curso de

Rosa guarda com carinho as notícias sobre a morte de seu filho e a sua luta por justiça

Formação de Juristas Populares da Fundação Margarida Maria Alves, que celebrará a formatura de 26 novos juristas neste sábado (20). Na ocasião, Lúis será o padrinho de Rosa e lhe entregará o certificado de conclusão.

Confira aqui a entrevista que Rosa concedeu à Fundação no aniversário de 2 anos da morte de seu filho.

O 1° Sargento está detido na PB1 desde que foi indiciado. Ele é acusado pela morte de mais de 60 pessoas e, ainda assim, continua recebendo seu salário de Policial Militar. Veremos se, na segunda-feira, Rosa conseguirá alcançar seu maiores objetivos: a condenação e a exoneração do policial da corporação.

O julgamento está previsto para começar às 14h, no Fórum Criminal de João Pessoa. Rosa será testemunha juntamente com seu marido e três outras pessoas e poderá contar, mais uma vez, os horrores que presenciou, na esperança de que, finalmente, a justiça seja feita.

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