Acontece no próximo dia 12 de agosto, quarta-feira, a 5ª edição da Marcha das Margaridas, ação estratégica das mulheres do campo, da floresta e das águas para conquistar visibilidade, reconhecimento social, político e cidadania plena. Este ano o evento ocorrerá na cidade de Brasília, relembrando os 32 anos do falecimento da militante social e camponesa Margarida Maria Alves, inspiração para o nome.
A marcha é considerada a maior manifestação atual pelos direitos das mulheres no mundo e deve reunir 70 mil ativistas entre o Estádio Mané Garrincha e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
A ação é coordenada pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais composto pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura – Contag, por 27 Federações – Fetag’s e mais de 4000 sindicatos, sua realização conta com ampla parceria, inclusive a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e a CUT.
O Caderno de Pauta de Reivindicações da Marcha das Margaridas, entregue para o Governo Federal e Congresso Nacional, é resultado de intensas jornadas com discussões coletivas realizadas pela CONTAG e entidades parceiras no último ano em todos os estados do Brasil. Contemplam os anseios e as demandas específicas de cada região brasileira, com fundamentação e vivência de quem está na base, trabalhando e lutando diariamente por uma vida mais digna.
A primeira Marcha das Margaridas foi realizada pela CONTAG no ano 2000, quando cerca de 20 mil mulheres de todas as regiões vieram para Brasília para fortalecer a luta das trabalhadoras do campo, das cidades, das florestas e das águas de todo o Brasil. A 2ª Marcha aconteceu em 2003, quando ainda mais mulheres uniram-se na capital federal por um país mais igualitário e com direitos para todos. Em 2007 a 3ª Marcha floriu Brasília mais uma vez e, em 2011, mais de 100 mil mulheres marcharam na 4ª Marcha das Margaridas.
O dia escolhido para a mobilização é sempre 12 de agosto, dia do assassinato de Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Alagoa Grande, na Paraíba. Margarida morreu em 1983, aos 50 anos, vítima de um tiro de espingarda no rosto, crime encomendado por latifundiário que se viu ameaçado pela luta constante da trabalhadora. Ela esteve à frente do sindicato por dez anos, lutando por direitos trabalhistas como respeito aos horários de trabalho, carteira assinada, 13º salário, férias remuneradas. “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, afirmava Margarida Alves. Hoje, milhares de mulheres seguem seu exemplo de coragem e determinação e mantem vivos os ideais dessa forte batalhadora.
Programação:
11 de agosto- terça-feira
08h às 12h – Chegada das delegações e credenciamento
14h – Conferência, Painéis Temáticos e Espaços Interativos
Painéis Temáticos:
· Enfrentamento à Violência contra as Mulheres
· Mulheres na luta por autonomia econômica, trabalho e renda
· Mulheres em defesa da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns
· Mulheres Rurais Guardiãs da Cultura Camponesa
19h – Abertura oficial da 5ª Marcha das Margaridas
21h – Noite Cultural e Esportiva
12 de agosto – Quarta-feira
07h às 12h – Concentração e Marcha pela Esplanada dos Ministérios
15h – Resposta do Governo Federal à Pauta da 5ª Marcha das Margaridas
Fonte: Contag