O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), organização brasileira que articula entidades de direitos humanos de todo o país, com atuação desde 1982, lançou no último dia 15 de maio a Campanha Nacional Todas as Vidas Valem. Na ocasião foi lançado também um manifesto Manifesto Nacional no qual estão os compromissos do MNDH no contexto da pandemia Covid-19. Confira um trecho:
MANIFESTO DA CAMPANHA NACIONAL TODAS AS VIDAS VALEM!
Por direitos humanos no contexto da Covid-19
O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), organização brasileira que articula entidades de direitos humanos de todo o país, com atuação desde 1982, acredita, como diz sua Carta de Princípios, que “a caminhada pelos direitos humanos é a própria luta do nosso povo oprimindo, através de um processo histórico […] na busca de uma sociedade justa, livre, igualitária, culturalmente diferenciada e sem classes”. Por isso, num momento de profunda crise na qual se encontra a humanidade é que os direitos humanos estão e seguem em luta. Para contribuir nessa caminhada lançamos este Manifesto e, com ele, a Campanha Nacional TODAS AS VIDAS VALEM dentro do eixo histórico: Luta pela Vida, Contra a Violência.
O MNDH entende que a pandemia sanitária decorrente do novo coronavírus revela outras pandemias. A pandemia econômica mostra os estragos de um modelo econômico concentrador e excludente e que vem produzindo cada vez mais desigualdade, pobreza e miséria. A pandemia política mostra os atrasos do autoritarismo e dos ataques à democracia e à vigência da necropolítica. A pandemia cultural expõe o fundamentalismo e o pensamento único como destruidores da diversidade e da pluralidade. Esta crise se abate sobre os sujeitos humanos para os quais os direitos humanos nunca chegaram, sequer como promessa, menos ainda como realização. Eles e elas são as vítimas das violações que veem sua situação ainda mais agravada pela pandemia quando diante das regras de ficar em casa e de lavar as mãos denunciam ao mundo que nunca tiveram casa e não têm saneamento e nem água. São vítimas do trabalho precarizado, informal e do desemprego.
São vítimas da violência de gênero (contra mulheres e LGBTIs) e da violência geracional (crianças e adolescentes). São vítimas do racismo (negros e negras, indígenas, quilombolas, povos e comunidades tradicionais). São vítimas de sistemas de privação de liberdade completamente inadequados e violadores e da tortura e dos tratamentos desumanos e degradantes. São vítimas da ausência de acessibilidade que abandona às pessoas com deficiência. Para elas e eles a pandemia é ainda mais cruel, pois reforça desigualdades históricas, discriminações e racismos estruturantes, exclusões e opressões presentes, injustiças e violações recorrentes.
Veja a íntegra do manifesto no link: