Em 2006 a revista The Economist Intelligence Unit, um braço da The Economist, construiu um método para avaliar os regimes políticos do mundo e vem acompanhando os resultados desde então. Em 2019, a revista publicou um ranking desse desempenho democrático e, em uma escala de zero à dez, o Brasil alcançou 6,8 pontos, abaixo do registrado em 2018, ocupando a 52ª posição.

Para fazer o ranking, são avaliados alguns elementos essenciais para um regime democrático: Processo eleitoral e pluralismo; Liberdades civis; Funcionamento do governo; Participação política e Cultura política.

O Brasil foi classificado pelos pesquisadores como uma “democracia falha” ou “imperfeita”. A definição se refere a locais onde o processo eleitoral é livre e justo, com segurança para os eleitores, sem influência de poderes externos; tem eleições livres e justas e onde as liberdades básicas são respeitadas, contudo, há fragilidades na gestão do governo, uma cultura política insuficiente e participação popular reduzida no destino das políticas adotadas.

Marcelo Soares, assessor de comunicação da Fundação Margarida Maria Alves, destaca que “muitos acreditam que a democracia se resume a votar, não acompanham o desempenho dos políticos que votaram, não se engajam nas políticas públicas e esperam que os candidatos eleitos resolvam tudo de forma milagrosa. É importante ter em mente que a tal ‘Festa da Democracia’ vai muito além do voto”.

Ele ressalta também o crescimento da defesa de pautas antidemocráticas. “Temos acompanhado um aumento de discursos perigosos de tons antidemocráticos pregando retorno de ditadura, fim do STF e outras instituições promovidas também por políticos que usufruíram dos benefícios da democracia e agora a atacam. É preciso estar atento e ser participativo para que tais coisas não cresçam e percamos essa já tão castigada forma de participação”, conclui.

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