Margarida Maria Alves foi foco das atenções durante a entrega do IV Prêmio AETC/JP de Jornalismo, ontem, à noite, na Maison Blu’nelle, em João Pessoa. As contradições políticas da líder camponesa nas eleições para o governo do Estado, em 1982, foram o pano de fundo para o programa de rádio produzido por Mislene Santos, que foi a terceira colocada na categoria Radiojornalismo. Entitulado de “Ida Amarga”, o programa foi produzido de forma independente por Mislene e veiculado pela Rádio CBN.
A radialista está produzindo um documentário sobre a história da líder camponesa, que era presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande e morreu com um tiro a queima roupa no rosto há 22 anos. O trabalho está recebendo o apoio da Fundação Margarida Maria Alves e deve ser concluído em 2006. Para Mislene, trabalhar com a história de Margarida é apaixonante. “Ganhar este prêmio foi uma vitória que nenhuma palavra consegue descrever porque ele foi resultado de muito esforço e trabalho”, declarou.
Na mesma categoria, a jornalista Alessandra Torres, também da CBN, foi a segunda colocada a matéria “A Justiça é cega e cara”, sobre as custas judiciais na Paraíba. A idéia do programa surgiu a aprtir da campanha lançada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), fruto da discussão iniciada no Fórum de Controle Externo do Judiciário (Focoej). A matéria de Alessandra colheu depoimentos de como o pagamento das custas pode ser injusto no estado. “Eu conversei com uma mulher que conseguiu que o inventário de seu marido, que era professor universitário, fosse feito pela justiça gratuita, enquanto um senhor muito pobre está com pendências judiciais porque não tem como pagar as custas”, conta.