A diversidade é a principal característica da turma 2008 do projeto Curso de Juristas Populares, promovido pela Fundação Margarida Maria Alves em parceria com a agência inglesa Cafod. Com uma faixa etária que varia de 18 a 58 anos e reunindo 14 entidades diferentes, o curso também mantém seu equilíbrio em relação ao nível escolar e à questão de gênero. O Encontro Introdutório está acontecendo hoje, 15, e as aulas terão continuidade até novembro.

Neste primeiro momento do curso, já é visível a expectativa entre os novos cursistas. “A gente tem sede de informação porque lida com um povo que tem ainda menos acesso a ela e que precisa muito de orientação para solucionar uma série de problemas do dia a dia”, justifica Pedro Oliveira, representante do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM).

Uma das integrantes do grupo de 11 alunos que moram no município de Mari é a conselheira tutelar Maura Cavalcante, que buscou o curso como fonte de conhecimento para aprimorar sua atuação em defesa da infância e adolescência na cidade. Para ela, “esta é uma forma de ajudar a ampliar os resultados do trabalho que já vem sendo desenvolvido, mas que enfrenta muitas dificuldades”. Já Joay Néri, da rádio comunitária Sintonia da Ilha do Bispo, em João Pessoa, espera poder repassar tudo que aprender no curso para seus ouvintes. “Quando a gente tem conhecimento, tem autonomia e condições de lutar por uma vida melhor”, acredita.

A presidenta da Fundação, Maria do Socorro Praxedes, participou do encontro e destacou que o curso oferece muito mais do que se pode supor. “Afinal, esta á uma chance de pessoas com pouca oportunidade na vida se apoderaram do conhecimento”, compara. Quem concorda é a coordenadora de projetos da entidade, Marcina Pessoa, que contou ter um zelo muito grande pelo curso por conta dos resultados já obtidos. “A gente vê que ele vem mudando a vida das pessoas e das comunidades, que o Direito realmente está sendo passado em diante e que muitos Juristas voltaram para as salas de aula formais”, comemora.

Esta é a nona edição do Curso de Juristas Populares, que já formou mais de 120 Juristas e ano passado foi certificado como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil.

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