No dia 12 de agosto de 1983, uma das mulheres mais corajosas da história brasileira foi assassinada brutalmente, na porta de sua casa, na frente de seu marido e filho, por um matador de aluguel. Margarida era presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande e lutava contra os diversos abusos sofridos pela classe, reivindicando direitos básicos como 13° salário, jornada de trabalho de 8 horas e férias. Naquela época, todos esses
direitos eram impensáveis para os (as) trabalhadores (as) rurais.
Intimidados pelo trabalho de conscientização liderado por Margarida, o proprietário da Usina Tanques e seu genro, Zito Buarque, participantes do “Grupo da Várzea”, são os principais acusados do crime, que permanece impune. Apesar de Zito Buarque ter sido julgado e inocentado em junho de 2001, 18 anos após o crime, o sentimento de impunidade permance.
No entanto, a memória de Margarida permanece nos movimentos sociais e
nas ações de entidades que defendem os Direitos Humanos, como a própria Fundação Margarida Maria Alves. Nossa homenagem à Margarida acontece de forma mais concreta: a formação de 26 novos (as) Juristas Populares, pessoas comprometidas, como ela, a ajudar o próximo e a melhorar as condições de vida de suas comunidades através da educação e do acesso à justiça.
A formatura acontecerá no próximo sábado (20), à partir das 19h, na Quadra de Esportes da Caixa Beneficente da Polícia Militar da Paraíba, na rua Rodrigues Chaves, n° 324, no Centro de João Pessoa.