Joelma Oliveira
Jornalista; Relações Públicas; Mestre em Comunicação;
Professora de Jornalismo (Faculdade Maurício de Nassau) e
Assessora de Comunicação (Casa Pequeno Davi)

Muito se tem falado da educomunicação , especialmente nas atividades que aliam a educação não formal de adolescentes e jovens nas instituições do terceiro setor, ou seja, nas organizações não governamentais (Ong’s). Educomunicação, do que se trata?

A educomunicação tem sido conceituada como uma metodologia que utiliza os diferentes meios de comunicação nas ações de educação. Uma forma de utilizar a comunicação como um direito humano, independente da abertura e apoio dos tradicionais veículos de comunicação.

Certamente, o conceito científico para educomunicação defendido por estudiosos não aparece assim, tão simplificado. Mas nossa intenção vem justamente trazer de forma simples a compreensão da Educomunicação para quem, de fato, tem vivenciado a metodologia em seu cotidiano: educadores e adolescentes e jovens das Ong’s.

Vamos evidenciar o Projeto Educomunicadores Juvenis, uma açãorealizada com a participação de 45 adolescentes e jovens de três comunidades de João Pessoa: Citex (Geisel), São Rafael (Castelo Branco) e Timbó (Bancários). O projeto foi desenvolvido em parceria pela Amazona e Casa Pequeno Davi, com apoio do Ministério Público do Trabalho.

O Projeto Educomunicadores Juvenis promoveu além do intercâmbio de entre as comunidades, a formação nas áreas da comunicação – rádio, televisão e internet. Foram oito meses de projeto em que os alunos participaram de oficinas formativas de conteúdos teóricos e práticos nas três áreas. O resultado uma fanpage, um blog, podcasts e mini documentários sobre a realidade das comunidades envolvidas.

Contrariando afirmações a exemplo de que “os jovens constituem uma geração sem palavras”, uma frase de um dos estudiosos da áreas, Adilson Citelli, o Projeto revelou talentos, cidadãos em formação e em busca de oportunidades e espaços de ensino aprendizagem pensados para um perfil diferente, com diversidades.

A lição deixada pelo Projeto Educomunicadores Juvenis é digna de continuidade por outras instituições, seja Ong’s, escolas… É mais que uma lição. É um sentimento de que estamos no rumo certo. O investimento no protagonismo de adolescentes e jovens, a ampliação de vozes da comunidade e do ambiente escolar são alguns aspectos que a educomunicação aponta para o processo que se mostrou com o Projeto Educomunicadores Juvenis. O “fazer junto” e não “fazer para”.

O recado é dizer que, em um ambiente de descredibilidade, precisamos acreditar na juventude e junto com ela caminhar em busca de outras, de novas possibilidades. Seja na educação não formal ou formal envolver o adolescente, o jovem na sua realidade. A educomunicação tem muito a contribuir com a transformação e aponta uma direção para a qual o jovem precisa caminhar: de cidadania e efetivação de direitos.

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